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Do Reino Unido à Itália

Volta pela Europa em 126 dias - Parte II

Para quem gosta de relatos de viagens, continuo contando a experiência que tive em 2011, quando fiz uma viagem durante 126 dias por diversos países da Europa, grande parte acompanhada apenas da minha mala e de uma pequena mochila.
Nosso trio (minha filha, minha melhor amiga e eu) começou um roteiro pelo UK por Cambridge. Surpreendente cidadezinha, linda, parece cenário de filme, repleta de jovens estudantes e turistas. Caminhar é uma boa forma de se chegar às suas principais atrações (atmosfera medieval e prédios centenários como o King's College). 
Fizemos um passeio de barco pelo rio Cam, cercado por lindas paisagens e que parece um canal que serpenteia pela cidade. Jovens remam em pequenos barcos e se vê os amplos gramados bem cuidados ao fundo das faculdades com seus prédios que parecem castelos.                                                          fotos by: Isadora Pamplona

Seguimos para Stratford-upon-Avon (onde, dizem, teria nascido Shakespeare). Ficamos numa Guest House lindinha, vontade de levar junto para ter sempre um lugar assim para dormir pelo resto da viagem.



Stratford é bonita e interessante mas, vista logo depois de Cambridge chega a perder um pouco do fascínio que poderia causar sozinha. 




Dali, pegamos um trem para Liverpool, onde levei um tombo, de cara. Bati com os dentes no asfalto, quebrou a lente dos óculos de sol quase atingindo meus olhos. Pensei que minha aventura terminaria ali e eu tivesse que voltar a Floripa para pedir socorro à dentista. Por sorte, ficou tudo só no susto e algumas manchas roxas no rosto (e nas fotos).
Entre as atrações desta cidade histórica, mas estimulante e jovial, além das referências onipresentes aos Beatles, pode-se visitar os estádios dos famosos times locais (Liverpool e Everton), o Albert Dock (onde ficam a galeria Tate, o museu dos Beatles e o museu Marítimo Merseyside), além dos Pub locais.

                                Por toda a cidade, referências aos Beatles
               



Portal Chinês -
Liverpool tem a comunidade chinesa mais antiga da Europa



Isadora retornou a Londres para trabalhar, Lais e eu ficamos mais um dia em Liverpool e depois seguimos de trem para Edimburgo, na Escócia. Pela estrada, víamos apenas campos verdes e ovelhas, naquela época com seus filhotes. 
Na chegada, estava anoitecendo, tivemos receio de descer na estação indicada, que nos pareceu um pouco deserta para ficarmos procurando o endereço. Esse vacilo nos custou algumas libras fora do orçamento, pois descemos na estação seguinte e pegamos um táxi para descobrir que o hotel ficava quase ao lado da estação anterior.
Adorei o que vi da Escócia (lindas paisagens nas highlands, montanhas ainda com neve).


          Edimburgo é uma cidade linda, mas horrivelmente fria para o meu gosto.

Tem castelos e construções medievais, mas nem deu pra tirar fotos por causa da neblina, parecia “As brumas de Avalon”, não se enxergava um palmo adiante do nariz.





          Andamos bastante a pé pela cidade. Fizemos city tour com visita ao castelo da rainha Mary Stuart (Hollyrood, onde Sir Sean Connery foi condecorado) e deixamos para o último dia a visita ao castelo do rei, que do alto de uma rocha domina a cidade. 

          Descobrimos um pub (Ryan’s), com um ambiente agradável,  boa comida e cerveja (Tenneant) a preço razoável. Retornamos mais duas ou três vezes para almoçar e sempre achamos que valeu a pena. 
                                                                                       Foto by Ryan's
                                                               Out side tables
Agendamos um passeio a Loch Ness, um dos meus sonhos de infância (eu tinha a secreta esperança de ver o monstro). Minha amiga Lais se recusou a me acompanhar e ficou fazendo um tour particular pelas lojinhas de Inverness. Na estrada, lindas paisagens e parada para foto com um gaiteiro de foles. Para minha decepção, era só um lago e um vento gelado de doer tudo, um frio horrível. Nada do Nessie
Fazíamos todos os passeios a pé e, apesar de algumas vezes nos perdemos no retorno, deu tudo certo na nossa experiência escocesa. Até pegamos uns dias de sol (comenta-se que eles só tem uma média de 40 dias de sol por ano, então considero que tivemos sorte).
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          Retorno a Londres de trem. Desta vez, conseguimos outro b & b também em Notting Hill, um pouquinho melhor do que o anterior, pelo menos tinha acesso internet free. No dia 29, assistimos o Royal Weadding no Green Park, num telão, em meio a uma multidão. Isadora e Chris estavam postadas desde cedo próximo do Palácio de Buckigham, mas terminaram desistindo, pois veriam quase nada atrás de umas dez camadas de cabeças. Cheguei atrasada, já haviam bloqueado todos os acessos e eu não podia mais passar. 

         

          Conseguimos nos reunir e pensamos em procurar um pub mas, onde encontrar um vazio? Decidimos, então sentar na grama e ver no telão mesmo. Deu para acompanhar bem, pois tinha zilhões de câmeras postadas em todos os ângulos. 







          Tinha de tudo: gente tomando champagne, famílias com bebês fazendo pic-nic, algumas pessoas fantasiadas, outras vestidas para festa. Quase um carnaval, mas gostei de ver de perto o "espírito" londrino.

Lais retornou para Porto Alegre e eu para a casa da minha filha.

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Minha idéia de continuar a viagem sozinha durante alguns meses ameaça fazer água de novo: Isadora acha que meu roteiro está precariamente definido, com muitas “idas e vindas”, o que significa perder tempo e dinheiro. Faltava logística, ainda não havia reservas de albergues ou passagens para as etapas seguintes. Na opinião dela,  “me joguei” na Europa apenas com uma mala e nenhum plano.
Outra vez frente a um mapa, redesenhamos tudo. Teria que providenciar reservas em Amsterdam, Bruxelas e Bruges para os próximos dias. Mas, quem diz que estou “animada”? Vou protelando, me fazendo de esquecida, até admitir que não quero começar por aí conforme indicava o roteiro pragmático recém alterado. Amigos de Florianópolis chegariam a Roma em dois dias para um giro pela Itália. Prefiria juntar-me ao grupo mesmo que isso significasse alteração de rota e inclusão de “idas e vindas”. 
Sinal verde, Roma lá vou eu!
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No mesmo dia tive o primeiro voo solo e a primeira queda. 
Consegui pegar trem, metrô, encontrar o caminho e chegar ao b & b em Roma. Que ficava no quinto andar de um prédio e, estranhamente, estava de portas fechadas sem ninguém para atender a campainha. Descubro, com a zeladora, no térreo, que é preciso “agendar” a recepção. 
Ah, só então entendi por que, quando fiz reserva pelo site, pediam para definir o horário previsto de chegada. Pensando nos atrasos dos aeroportos brasileiros (e me achando esperta), marquei 23h para não correr riscos e garantir que haveria alguém me esperando até aquela hora. Tudo bem, eles me esperariam às 23h, só que cheguei em Roma às 15h. Este mal-entendido me custou horas de espera e muitas chamadas pelo celular até que os proprietários viessem abrir a porta. Mas, o lado bom é que eu já estava falando italiano!
Meus dias em Roma foram perturbados pela impossibilidade de acesso à internet. Os proprietários do hotel, no qual fiz reserva contando com essa facilidade, diziam que meu computador era "muito antigo” (no entanto, levei-o a uma lan house próxima e o acesso à web era perfeito). Meu humor descia pelo ralo a cada vez que precisava pagar por um acesso que, supostamente, seria gratuito e incluído na diária. 
Quando precisei comprar um socket para carregar a bateria do celular, pois o pino de Londres não servia, aprendi – na marra - que, na Itália, quase nada funciona nos fins de semana.
                                                                foto by Susy Mara Schaeffer
Abelardo, Ingri, Edel e eu 
(mais a Susy, fotógrafa e motorista do grupo)
Fiz belos passeios em Roma com o grupo de amigos de Floripa, apesar do atendimento nem sempre cordial de alguns garçons e de menus com preços pouco amigáveis para turistas recém chegados ao país. 
No último dia, alugamos um carro. Instalado o GPS, já começamos nos perdendo, indo e voltando, fazendo vários retornos e entrando em ruas erradas até conseguir sair da cidade rumo à Toscana. 
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Mais sobre UK, no blog, em:
Leia Parte I
Liverpool
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Dicas/experiências:
Site oficial de Cambridge
Alojamento em Londres: The Blue Bells Hotel
Alojamento em Stratford-Upon-Avon: Arden Park 
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