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Shakespeare's Globe Theatre

Um espaço imaginativo e experimental (como eles próprios definem)

     Em Londres, um programa imperdível para quem gosta de teatro (especialmente Shakespeare) é assistir uma peça no Shakespeare’s Globe Theatre, no mesmo local, próximo ao Tâmisa, em Southwark, onde funcionou o Globe original destruído por um incêndio em 1613. Reerguido, permaneceu fechado (por ordem dos puritanos) e abandonado durante muitos anos até ser substituído pela nova construção, inaugurada na segunda metade dos anos 1990 e que procurou manter as características genuínas do antigo local.


     Pena que os ingressos precisam ser comprados com antecedência e é difícil conciliar o calendário das temporadas com o período em que se está na cidade.  Então, uma alternativa interessante (que me consolou um pouco) foi participar de um dos tours guiados que têm escalas mais flexíveis e os tickets podem ser comprados no próprio dia (bom confirmar previamente horários disponíveis pela internet


          A atração começa quando se formam pequenos grupos a intervalos de aproximadamente 30 minutos.  
                                                                                                  fotos by: Ira

     Enquanto se espera, dá para circular pelos diversos ambientes e ver a exposição permanente, que mostra desde maquetes em miniatura do bairro e arredores do antigo Globe, o interior do teatro, as indumentárias usadas pelos principais personagens, como são “fabricados” os efeitos especiais, até ouvir gravações com as performances mais famosas de personagens de Shakespeare.

Vestuário
usado em peça de Shakespeare

Maquetes (arredores e interior) do
Shakespeare's Globe Theatre, em Londres 


          Para começar, os visitantes são levados, em pequenos grupos, a um breve passeio pela parte exterior do prédio, enquanto recebem informações sobre a Londres da época elisabetana, o bairro de Southwark e seus moradores (entre os quais, segundo indicam as pesquisas, incluía-se Shakespeare), o antigo teatro, sua destruição e a reconstituição atual.




               De volta ao interior do prédio, somos levados ao anfiteatro, com direito a uma “palhinha”, pois atores “ensaiam” normalmente no palco, sem interrupção  durante as visitas, e pode-se acompanhar trechos de peças de Shakespeare (com sorte) ou de autores mais modernos.

       Interessante lembrar que os teatros elisabetanos eram de madeira e apenas parcialmente cobertos, isto é, não tinham teto, caso chovesse a apresentação era cancelada. 
          Gostei também de saber que o público ficava em pé em torno do palco, havendo apenas alguns degraus e as galerias onde os espectadores ricos podiam sentar. 
          O ambiente não era exatamente de silêncio respeitoso pelos atores e pela obra encenada, já que os frequentadores, na maior parte, não eram os nobres, mas os simples moradores das áreas próximas. Durante as apresentações, havia conversas, xingamentos, vaias e – provavelmente – legumes jogados para demonstrar desagrado por alguma atuação. O espectador podia deixar o recinto para - digamos - atender às necessidades fisiológicas e retornar, mais tarde, na hora em que bem entendesse.
      Representar nessas condições deveria requerer um tanto a mais de concentração e preparo dos atores.
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