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Palácio de Versalhes (Château de Versailles)

Reflexos de uma época dourada                                                      fotos by: Ira
            Sensação estranha descer na estação local do trem numa manhã ensolarada, caminhar alguns minutos e chegar sozinha aos portões dourados do Palácio de Versalhes. Claro que voltei no tempo, aos livros escolares e à História, tentando imaginar como seria viver naquela época, ver o rei e sua corte esbanjando riquezas enquanto as pessoas comuns do povo passavam fome.
Ala do Trianon






          
           Foi bom ter começado meu tour pelo palácio, pois esta é uma visita que vai aos poucos se tornando cansativa. São muitos corredores, alas, salas e aposentos a percorrer. Muito a ver, muitos turistas, pouco espaço para circulação.
Detalhe, pé-de-mesa

Versalhes, Galeria dos Espelhos
(Foto by: en.chateauversailles.fr)
       Movida pela curiosidade, eu  queria mesmo era chegar à tão falada Sala dos Espelhos. Confesso que fiquei um pouco decepcionada porque a sala da minha imaginação era ainda mais  deslumbrante.
                                                       
         






          A construção da Galeria dos Espelhos teve início em 1678. São 17 espelhos em arco que refletem igual número de janelas em arcadas com vista para os jardins. Cada arco, por sua vez, contém mais de 20 espelhos, o que dá à decoração um conjunto impressionante de brilho, luz e sucessivos reflexos dourados.
        
Versalhes,
fachada para os jardins e fontes


Jardins de Versalhes
Jardins de Versalhes - Estátuas e Fontes
                   Circulei rapidamente pelos locais que achei mais interessantes do palácio e parti para os jardins e bosques. Tão extensos que preferi esperar na fila e pegar um dos trenzinhos que percorrem o parque para ir até o Grande Trianon e ao Petit Trianon


          De lá, segui para os Domínios de Maria Antonieta, jardins e pequena fazenda rural. Foi um dia exaustivo e, mesmo assim, não vi tudo o que queria.
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Um pouco de História
O simples pavilhão de caça de Luís XIII, localizado numa antiga aldeia rural, começou a ser transformado quando Luís XIV (o “Rei Sol”) decidiu sair de Paris e mudar-se para lá com a família real. Ampliações posteriores acrescentaram aposentos, cozinhas, estábulos e outros anexos. 
Afinal, aquele tornou-se o mais opulento palácio da Europa, centro e símbolo do poder, onde passou a residir toda a corte que chegou a abrigar mais de 30 mil pessoas. Com a Revolução Francesa, os últimos reis, Luís XV e Maria Antonieta, tiveram que abandonar Versalhes e retornar a Paris.
            Suntuoso à beira da extravagância, Versalhes, criado sob o signo do Barroco, inspirou construções semelhantes e foi copiado em diversos países. Foi transformado em Museu de História em 1837. Atualmente, o complexo de palácios, jardins e bosques é um dos locais turísticos mais visitados da França. Considerado um dos maiores do mundo, o palácio principal possui mais de 2.000 janelas e 700 quartosDo terraço de uma das fachadas há uma vista para o imenso jardim, adornado com fontes e canais simetricamente desenhados em torno do Grand Canal
Trianon
          
Petit Trianon
          Entre as construções acrescentadas estão dois palácios que ficaram conhecidos como o Grand Trianon (1687) e o Petit Trianon (1760). O primeiro foi mandado construir por Luís XIV para que a família real pudesse fugir um pouco do excessivo formalismo da corte e o outro foi construído por ordem de Luís XV para sua amante Madame de Pompadour. Esta morreu antes da conclusão e o local passou a ser usado por sua sucessora, Madame du Barry. Enfim, quando Luís XVI subiu ao trono, deu-o de presente a Maria Antonieta para seu uso exclusivo.
          O palacete era dotado de quartos, sala de música, sala de banho e cozinha. Por ali transitavam apenas membros inferiores da nobreza para serviço da rainha, que não permitia a presença de plebeus em sua área privativa. O local mantinha certa autonomia e ficou conhecido como Domínios de Maria Antonieta, juntamente com os jardins e um pavilhão de festas, onde nem mesmo seu marido podia entrar sem a sua permissão.
Versalhes - Templo do Amor
                



          Maria Antonieta mandou criar um jardim pitoresco e, de seu quarto, ela podia ver o Templo do Amor, adornado com mármore, capitéis coríntios e frisos no interior da cúpula que abrigava o deus mitológico Cupido com seu arco e apontando uma seta. 
          






Versalhes - Domínios de Maria Antonieta
            Na periferia dos jardins foi montada outra estrutura conhecida como Petit Hameau, recriação de uma pequena aldeia normanda, com casas simples, espaço para criação de vacas e ovelhas e um moinho. Este local foi recuperado e reaberto ao público como parte dos Domínios de Maria Antonieta.
Galeria do Trianon,
onde foi assinado o Tratado
que pôs fim à I Guerra Mundial,
 em 04 de junho de 1920.
         

No Trianon, estátua de Diana Caçadora,
 referência à amante de
Luís XV, Madame de Pompadour




























Luís XV conheceu 
Jeanne-Antoinette Poisson d’Etiolles num baile de fantasia, quando esta estava vestida como a deusa da caça Diana. Ela tornou-se sua amante e ficou conhecida como Madame de Pompadour.


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Dicas/experiências:
Mais sobre a França, no blog, em:
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Turismo:
Como chegar: a melhor forma que encontrei de ir por conta própria de Paris a Versalhes (cerca de 30’ e bilhete a € 6,00) foi pegar um trem da RER (suburbano regional) na Gare d'Austerlitz (ou Musée d'Orsay, ou Des Invalides), linha “C”, até a Gare Versalhes Rive Gauche, que é a estação mais próxima do palácio.  
Ao descer, para se orientar é só seguir a leva de turistas, o palácio fica a poucas quadras da estação (cerca de 10’) e há pontos de venda de ingressos pelo caminho. Não peguei filas, mas em época de temporada para não perder tempo é aconselhável adquirir ingressos previamente pela internet (ou em uma das lojas FNAC).
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